Frases do crítico Renato Mendonça, da Zero Hora.
"É impossível tentar descrever Quartett de maneira tradicional, isolando os elementos da encenação. A principal característica de Wilson é justamente a de que ele não distingue luz, gesto, som, intenção, cenografia - ao contrário, descobre suas complementariedades e as integra."
"Cada encenação de Wilson se assemelha a um organismo original, à qual os espectadores têm acesso às vísceras e intenções."
"Desse descarnamento do que é supérfluo surgem cenas fragmentadas, como se a realidade tivesse a dinâmica da memória e do sonho, que aproveitam o que é real para atribuir significados que são sonegados pela consciência vigilante."
"A insistência da Marquesa em repetir uma frase, por exemplo, não é gratuita: pode ser a urgência de sua vida, mas pode ser também a insistência do encenador em marcar um ritmo para a cena."
"Essa mania de puxar o tapete porém tem o efeito colateral de afastar o espectador, ao menos no campo emocional. Ao final de Quartett, o contentamento do público que lotou o Teatro do Sesi podia ser creditado muito mais à fruição estética e à descoberta de uma maneira original de se fazer teatro, em que atores, cenário, luz e som são um quarteto indissolúvel. Mas seria difícil identificar alguém que tivesse se comprometido emocionalmente com Quartett."

Foto: Ângela Alegria
Nenhum comentário:
Postar um comentário