quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Sobre PHC Vol IX - Um olhar pessoal

Depoimento da Paula Martins publicado no GRUPO PHC no Facebook:

No inicio eu não sabia direito o que eu estava fazendo lá.
Passei uma semana confusa, alguns meses em confusão. Estou tentando escrever alguns roteiros e passo por que alguns colegas chamam de desbloqueio criativo.

Confesso que andava abatida por toda confusão que começou no mundo, tanta gente se manifestando. Confesso que precisava parar e avaliar quem sou. Talvez eu só precisasse de um espaço, uma caverna, um local de comunhão, onde eu pudesse me sentir segura o suficiente para olhar para mim mesma.

"Que tipo de louco precisa estar em cena?"
Essa é uma das coisas que foi dita por João de Ricardo no primeiro dia de oficina que participei. E essa é uma das coisas que rodeava minha mente e que eu não conseguia perguntar. Foi quase um orgasmo ouvir isso, de tanta satisfação que emanou no meu ser.

No meu caderno eu tenho escrito: "troca - encontro - processo :

Trocamos os pertences com os colegas variadas vezes.
16 para ser numérica.
As trocas se deram de roupas, bolsas, casacos e miudezas como óculos de grau, cameras, meias. 
Eu mesma troquei (ofereci) meus três anéis e meu cristal de orientação.
Fui passando os anéis aos poucos conforme ia sentindo segurança no grupo e nos colegas. No final, todos os anéis voltaram magicamente para mim e me senti renovada."

É muito bom poder se jogar ao universo e confirmar que as coisas que são nossas acabam voltando para nós mesmos conforme o tempo estabelece e a realidade permite.

"Sobre a ocupação:
Percebo que ao unir o grupo, toda força para a criação já se mostra presente.
É um misto de sentimentos comumente chamados de excitação e medo que se exala dos corpos afim de contaminar o espaço, impulsionando a vontade de criar e participar.
Através da consciência de que estamos sendo vistos inicia-se um cuidado com a visão onde o grupo vai afinando a sua atenção e participação"

NOTAS :
DENTRO - FORA
SIMPLESMENTE OCUPAR O ESPAÇO
PERFORMANCE ATÔMICA
ARTE DE FRONTEIRA
"Andy Warhol matou o rock n roll?"

Depois foi o momento das teorias onde sentamos em roda para ouvir as referências do Professor. Trocamos muitas das nossas ideias e conseguimos dialogar sobre forma, sentimento, proporção, afinidade e sensibilidade propostas.
Aprendemos que Performance é diferente de Formato. Aprendemos sobre o Fluxus e reencontrei uma antiga amiga de infancia, autora do Tangerine Book, de olhos bem puxados que me disse para passar o dia rindo, um ano tossindo, gritar contra o vento, contra a parede, contra o som e contar as estrelas. Sim, senhores e senhoras, Yoko Ono e seu marido me levaram até o Kung-Fu e várias outras bruxarias (incluindo o rock'n'roll).

Aprendemos que Performances sempre vão aparecer como um processo individual do artista.

Falamos sobre Estilema. Falamos sobre o fato da Lady Gaga imitar a Grace Jones (né Rita Silva).  E depois foi a hora das perguntas, muitas engraçadas, e eu gostaria de repetir as minhas aqui para caso alguém ainda queira responder.
Adorei o ato de fazer perguntas, não só de formular mas também de se atrever a perguntar, principalmente dentro de um grupo. No final fomos surpreendidos com uma grande vivência que começou silenciosa e rítmica pelos corredores da Casa de Cultura desenvolvendo a confiança no grupo e auto-confiança nos próprios corpos e terminou do lado de fora com todos grudados aprendendo a dividir um mesmo espaço, onde podemos dançar conforme uma música, invadir um espaço público e até cair no chão no final.

Gostaria de agradecer aos colegas pelo carinho e a paciência disposta na vivência e aos organizadores e João pela vontade e realização desse projeto tão necessário para Arte e para os que se atrevem à realiza-la. 
Foi uma grande honra participar desse momento tão especial com vocês.
Gratidão até o final do universo.
Espero rencontra-los ainda por essas jornadas 

Aqui vão as perguntas:

1) vocês acham que por que razão hoje em dia tem skinsheads gays na russia protestando por seu extremismo?
joão responde sobre a garota trans de suspensório do cupid.com e fala sobre o Estilema e a forma pela forma e que maravilha é transmutar isso
Bruno responde também dizendo que lá o movimento skinhead era forte e se iniciou essa facção para proteger os gays.

2) o que vocês acham da erva dos pequenos? 
hehehehehehehehe

3)por que o anarquista não quis ser chamado de artista?

4) por que voces acham que o ser humano tem medo de se representar sozinho?

5) por que as pessoas acham mais higiênico depilar suas partes íntimas?

6) por que tivemos medo de "ser louco"

*anexo sobre a erva dos pequenos

CONTOS INACABADOS - J.R.R TOLIEN PÁGINA 387-388

" Gandalf riu e respondeu à Sauruman: - Não se espantaria se você mesmo usasse esta erva. Descobriria que a fumaça sobrada limpa sua mente das sombras interiores. Seja como for, ela confere paciência para escutar os desacertos sem se enraivecer. Mas não é um dos meus brinquedos de fogo.
É uma Arte do Povo Pequeno lá no Oeste: gente alegre e valorosa, apesar de ter pouca importância, quem sabe, nas suas altas políticas".





quinta-feira, 8 de agosto de 2013


Como parte do projeto POLAROIDES made in DANÇA, contemplado pelo Fumproarte, a Cia. Espaço em BRANCO convida o encenador, performer e professor independente João de Ricardo, para ministrar a nona edição da oficina Processos Híbridos de Criação. Desde 2008 a oficina vem servindo de espaço para o desenvolvimento de uma perspectiva de ensino em performance arte de viés estrutural, político e sensível. Seguindo a trilha apontada por Lygia Clark em seus experimentos com o corpo, buscamos dimensionar a técnica crua através da urgências COTIDIANAS. O indivíduo-coletivo em suas fricções e fluxos.

 O Brasil se convulsiona em impasses diários nos quais os interesses conservadores chocam-se com o cotidiano da informação veloz, o povo vai as ruas num movimento de incorporação de suas possibilidades potências e identidade. Este cenário detona ações e articulações que atravessam planos: do real ao virtual e vice-versa fazendo do corpo uma máquina de guerra. Continuamos com as perguntas: o que pode um corpo? O que pode o espetáculo dissolvido nessa trama complexa que vai do eu ao tu, formando nós - hibridistas insaciáveis? 
Processos Híbridos de Criação é uma oficina de arte-vida focada na experiência da performance como espaço para trans-formações constantes. Nesta edição, trabalharemos a face político-pública da ação artística - o artista ativista, a performance e suas possibilidades de composição.

Espetáculo dissolvido – vida condensada.

O que: Oficina Processos Híbridos de Criação Vol. IX
Onde? CCMQ - (Casa de Cultura Mário Quintana) Porto Alegre - RS Brasil
Quando? 13,14,15 e 16 de AGOSTO, das 18:30 as 22:00, na casa de cultura Mario Quintana.
inscrições: joaodericardo@gmail.com com carta de intenção e currículo resumido.