Depoimento da Paula Martins publicado no GRUPO PHC no Facebook:
No inicio eu não sabia direito o que eu estava fazendo lá.
Passei uma semana confusa, alguns meses em confusão. Estou tentando escrever alguns roteiros e passo por que alguns colegas chamam de desbloqueio criativo.
Confesso que andava abatida por toda confusão que começou no mundo, tanta gente se manifestando. Confesso que precisava parar e avaliar quem sou. Talvez eu só precisasse de um espaço, uma caverna, um local de comunhão, onde eu pudesse me sentir segura o suficiente para olhar para mim mesma.
"Que tipo de louco precisa estar em cena?"
Essa é uma das coisas que foi dita por João de Ricardo no primeiro dia de oficina que participei. E essa é uma das coisas que rodeava minha mente e que eu não conseguia perguntar. Foi quase um orgasmo ouvir isso, de tanta satisfação que emanou no meu ser.
No meu caderno eu tenho escrito: "troca - encontro - processo :
Trocamos os pertences com os colegas variadas vezes.
16 para ser numérica.
As trocas se deram de roupas, bolsas, casacos e miudezas como óculos de grau, cameras, meias.
Eu mesma troquei (ofereci) meus três anéis e meu cristal de orientação.
Fui passando os anéis aos poucos conforme ia sentindo segurança no grupo e nos colegas. No final, todos os anéis voltaram magicamente para mim e me senti renovada."
É muito bom poder se jogar ao universo e confirmar que as coisas que são nossas acabam voltando para nós mesmos conforme o tempo estabelece e a realidade permite.
"Sobre a ocupação:
Percebo que ao unir o grupo, toda força para a criação já se mostra presente.
É um misto de sentimentos comumente chamados de excitação e medo que se exala dos corpos afim de contaminar o espaço, impulsionando a vontade de criar e participar.
Através da consciência de que estamos sendo vistos inicia-se um cuidado com a visão onde o grupo vai afinando a sua atenção e participação"
NOTAS :
DENTRO - FORA
SIMPLESMENTE OCUPAR O ESPAÇO
PERFORMANCE ATÔMICA
ARTE DE FRONTEIRA
"Andy Warhol matou o rock n roll?"
Depois foi o momento das teorias onde sentamos em roda para ouvir as referências do Professor. Trocamos muitas das nossas ideias e conseguimos dialogar sobre forma, sentimento, proporção, afinidade e sensibilidade propostas.
Aprendemos que Performance é diferente de Formato. Aprendemos sobre o Fluxus e reencontrei uma antiga amiga de infancia, autora do Tangerine Book, de olhos bem puxados que me disse para passar o dia rindo, um ano tossindo, gritar contra o vento, contra a parede, contra o som e contar as estrelas. Sim, senhores e senhoras, Yoko Ono e seu marido me levaram até o Kung-Fu e várias outras bruxarias (incluindo o rock'n'roll).
Aprendemos que Performances sempre vão aparecer como um processo individual do artista.
Falamos sobre Estilema. Falamos sobre o fato da Lady Gaga imitar a Grace Jones (né Rita Silva). E depois foi a hora das perguntas, muitas engraçadas, e eu gostaria de repetir as minhas aqui para caso alguém ainda queira responder.
Adorei o ato de fazer perguntas, não só de formular mas também de se atrever a perguntar, principalmente dentro de um grupo. No final fomos surpreendidos com uma grande vivência que começou silenciosa e rítmica pelos corredores da Casa de Cultura desenvolvendo a confiança no grupo e auto-confiança nos próprios corpos e terminou do lado de fora com todos grudados aprendendo a dividir um mesmo espaço, onde podemos dançar conforme uma música, invadir um espaço público e até cair no chão no final.
Gostaria de agradecer aos colegas pelo carinho e a paciência disposta na vivência e aos organizadores e João pela vontade e realização desse projeto tão necessário para Arte e para os que se atrevem à realiza-la.
Foi uma grande honra participar desse momento tão especial com vocês.
Gratidão até o final do universo.
Espero rencontra-los ainda por essas jornadas
Aqui vão as perguntas:
1) vocês acham que por que razão hoje em dia tem skinsheads gays na russia protestando por seu extremismo?
joão responde sobre a garota trans de suspensório do cupid.com e fala sobre o Estilema e a forma pela forma e que maravilha é transmutar isso
Bruno responde também dizendo que lá o movimento skinhead era forte e se iniciou essa facção para proteger os gays.
2) o que vocês acham da erva dos pequenos?
hehehehehehehehe
3)por que o anarquista não quis ser chamado de artista?
4) por que voces acham que o ser humano tem medo de se representar sozinho?
5) por que as pessoas acham mais higiênico depilar suas partes íntimas?
6) por que tivemos medo de "ser louco"
*anexo sobre a erva dos pequenos
CONTOS INACABADOS - J.R.R TOLIEN PÁGINA 387-388
" Gandalf riu e respondeu à Sauruman: - Não se espantaria se você mesmo usasse esta erva. Descobriria que a fumaça sobrada limpa sua mente das sombras interiores. Seja como for, ela confere paciência para escutar os desacertos sem se enraivecer. Mas não é um dos meus brinquedos de fogo.
É uma Arte do Povo Pequeno lá no Oeste: gente alegre e valorosa, apesar de ter pouca importância, quem sabe, nas suas altas políticas".
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