domingo, 28 de abril de 2013











Queridos Hibridizandos deste OITAVO Volume de Processos Híbridos de Criação:

Em primeríssimo lugar quero agradecer a VAI Cia. de Teatro, mais especificamente ao João Pedro e ao Vini pelo convite para participar deste belo projeto - Sincronário, que neste fim de semana mobilizou muitos afetos e propondo um dispositivo inteli-comovente de relação de comunidade em performance com o

Levanto. CAMINHO. Me param. Fico.


CAMINHANDO é uma proposição da nossa querida LYGIA CLARK que consiste em criar uma fita de moebius de papel e cortá-la até que essa de des-faça em uma grande linha de papel.
A fita de papel é um oito 8 não tem dentro nem fora. ou melhor tem um dentrofora.


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8 é a JUSTIÇA no Tarô. que é ATHENA

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em tempos injustos pedimos licença para a deusa que veio ao mundo num grito de guerra pronta e armada fendendo a cabeça de seu pai para que nosso trabalho, este trabalho, esse encontro seja atravessado  TRANS passado pelo mundo que a gente imagina, deseja e se obstina em construir.

Fiquei muito feliz com as cartas de intenção e o interesse na oficina.

Hoje dia 29 segunda-feira nos encontraremos no STUDIO STRAVAGANZA às 19h e a partir do dia 30 n casa de cultura mário quintana.
este é o mapa que leva ao studio


Levem caderno para escrever roupa de trabalho. Será suficiente para esse nosso primeiro encontro. Material multimídia será utilizado sempre ou seja se vc carrega videos fotos e mais material multimídia esteja com isso sempre.
Câmera e celulares que façam imagens tmbm são aparatos bélicos nas mãos dos hibridistas.
Urgências sempre prontas para serem disparadas.

Meu telefone está aqui para qualquer dúvida - necessidade. Nos encontramos em breve.
Bjx


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JdR 
Processos Híbridos de Criação

Espaço em BRANCO:

51 91911930

terça-feira, 23 de abril de 2013

PROCESSOS HÍBRIDOS DE CRIAÇÃO Vol. VIII (8)


Como parte do projeto Sincronário, contemplado pelo Fumproarte, a vai!ciadeteatro convida o encenador, performer e professor independente João de Ricardo, da Cia. Espaço em BRANCO, para ministrar a oitava edição da oficina Processos Híbridos de Criação.

A cidade de Porto Alegre se prepara para discutir Bertolt Brecht em um Simpósio Internacional, enquanto o Brasil se convulsiona em impasses diários nos quais os interesses conservadores chocam-se com o cotidiano da informação veloz. Isso detona ações e articulações que atravessam planos: é o virtual-real fazendo do corpo um campo de guerra. Continuamos com as perguntas: o que pode um corpo? O que pode o espetáculo dissolvido nessa trama complexa que vai do eu ao tu, formando nós - hibridistas insaciáveis?

Processos Híbridos de Criação é uma oficina de arte-vida focada na experiência da performance como espaço para trans-formações constantes. Nesta edição, entra em foco a potência político-pública da ação artística - o artista ativista, o ator social, cotidiano e ciber-poético.



O que: Oficina Processos Híbridos de Criação Vol. VIII - 20h aula
Onde? CCMQ - (Casa de Cultura Mário Quintana) Porto Alegre - RS Brasil
Quando? de 29 de abril a 04 de maio, das 19h ãs 22h.
inscrições: joaodericardo@gmail.com - envie a carta de intenção mais criativa que você puder!!!!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Texto da amiga e colaboradora carina Sehn


LINK DO BLOG da CARINA, NO NAMES

performance - uma imagem-caósmica

antes de ler o texto, assista a este vídeo:




aqui, cerca de 17 artistas se encontram num parque num domingo à tarde, tapam a cara com a camiseta que estão vestindo e vão esfregar seus corpos uns nos outros junto a um tronco grande de árvore. a árvore e as pessoas que passam são as testemunhas da ação que leva o tempo de todos se juntarem em torno da árvore, esfregarem seus corpos, excitarem-se, e um a um tirarem a sua camiseta da cara e se afastarem do grupo. estes artistas fazem parte de uma oficina que integrou o 5º Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre chamada  Oficina Cênica sobre experiências não vividas ministrada por Juan Navarro e Oscar Cornago. a idéia da oficina, segundo o realease do site do evento (http://ftrpa.com.br/workshops-2013) é "fazer uma intervenção urbana em espaço público onde se invente/crie um espaço onde é possível o improvável, o que ainda não chegou a ser."

senhoras e senhores,
o prefixo “per” para os gregos quer dizer uma forma de passagem., um meio pelo qual algo se dá, se apresenta. (per)formance, portanto, poderia ser traduzida como o que passa pela forma, o que possui uma forma termporária, de passagem. poderíamos dizer então que a imagem criada pela performance não é mais a imagem do objeto, da representação da coisa. a imagem é uma aparição, como já dizia Bergson, um sistema de ações e reações ao nível da matéria, do corpo. tratando-se assim,  de uma imagem-movimento-tempo, uma imagem-processo. em vias de. em devir. uma imagem-caos.
com esta imagem-caos,  não se pretende mais a dimensão do mundo de forma contínua, do ponto de vista da história clássica e da sua necessidade de correlacionar os fatos, buscar a origem, a estrutura.  aqui, do agora, diante desta  “agoridade” do presente, o corpo é caósmico. ele trata da imagem do caos - se é que existe esta imagem - de uma imagem sem vírgula, onde o que separa também compõe. onde o que é matéria é também espírito, onde o que é secreto se relaciona com o que se pode tocar, e onde o sujeito não é mais um mas sim muitos e diferentes entre si. uma imagem-ação que não pode ser representada, nem significada, é assignificante -  inominável.
daqui de onde o mundo é dinâmico numa velocidade infinita, compondo-se em imagens hipercomplexas se localiza o que podemos chamar de performance. daqui de onde a matéria está em processo de se formar e logo em seguida de se deformar novamente se faz performance. imagem-corpo que está a todo momento se reatualizando, tomando uma outra forma na busca pelo imprevisível, pelo efêmero. e pelo choque, pelo impacto desta resignificação. o caos precipita neste processo de transmutação do corpo,  onde este se torna espaço, fluxo, num movimento descontínuo e repleto de intensidades.
o que chamamos de performance art pretende levar ao extremo as nossas implicações políticas, sociais, morais e sensíveis. ela desmancha as significações coladas às percepções triviais e as opiniões que impregnam os sentimentos comuns do senso-comum. opera a partir do non-sense, é atemporal e antipsicológica, portanto exige do público bem mais que uma projeção! faz com que ele se force a pensar pois ela não traz uma imagem pasteurizada e com enunciado fácil. a performance é excêntrica, produz fissuras no ego, nos modos de subjetivação subalternos aos meios de comunicação e educação usuais. promove outros metabolismos em relação ao tempo, ao presente ao passado e ao futuro. quer o que é novo, o que é ainda uma experiência não vivida como no caso destes artistas. a experiência da performance entra na esfera coletiva e quem a vê não pára mais de sentí-la, de se movimentar a partir dela, de se reinventar. 
a autoconsciência que estes artistas tinham do seu corpo no momento em que realizavam a ação no parque, seguramente se alastrou até os corpos dos que os viram ali naquela tarde, mesmo nos que na superfície seguissem impávidos tomando o seu chimarrão. e esta energia de contaminação que a performance pode causar, neste caso pela expropriação de valores antigos moralistas e hipócritas que causa, segue certamente se alastrando aos corpos dos que agora assistem uma parte da ação pela internet (vídeo acima). a performance não tem intenção nenhuma de acabar. ela mora no caos, na imagem-caósmica, no que não tem representação e não pode ser nomeado, pois não se relaciona apenas com a percepção de quem a vê, mas sim com todo o corpo, com o que está além da imaginação, portanto, da significação.
porto alegre se performa toda depois destes Santos Pecadores de Navarro Rei[1].



[1] Nome da intervenção realizada por 17 artistas no parque Farroupilha, na tarde de domingo, 16 de Abril de 2013.