segunda-feira, 9 de abril de 2012

Abismo

(pós-Bispo)

Vagueio, vagueio-me para reabitar-me, me deixo em cacos para rasgar e inundar. Até onde meus pensamentos aguentam e depois desse limite. OS PENSAMENTOS SOLÚVEIS DESEMBOCAM-NA CORRENTE SANGUÍNEA E FAZEM PULSAR O CORPO INTEIRO. TONTURA E FALTA DE AR.
Magnético.
Olhos imãs capturando tudo pra si, deixando vir os arrepios porque é quando os poros se abrem pra imergir e emergir. tudo pulsa.
as mãos tremulas pinçam letras.
os pés de uma leveza áspera me caminham.
AQUI, no passado/presente/futuro.
AQUI, com a visão escancarada.
acordando sem ter dormido.
luzfria|espelhod’água.
cubro meus sonhos com linha de costura azul.
tudo tem um lugar, ou vários lugares;
uma identidade, ou tantas outras inumeráveis.
cicatriz escancarada ou silenciosa. A mesma cicatriz de ruído e silêncio.
A beira de.
Prestes a.
Transbordo então.
os pés balançam procurando o chão.
não encontram, porque nunca é o fim.
sem tocar o chão, até não encontrar.
ABISMO-ME.

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